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Jl-reflexoes

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Olhar o Mapa...Andar no caminho


Se há um legado que a filosofia grega deixou para a humanidade foi o “Principio da moderação”. Alguns têm entendido esse principio como “equilíbrio”, mas essa definição não esta de acordo com o pensamento grego, pois “equilíbrio”, pode denotar “estagnação”, já a moderação, não é “estabilidade”, e sim “contenção”, é a busca de um meio termo, e não ir nem a um extremo nem a outro, esse é o lema que norteia o pensamento filosófico grego.

O Cristianismo que veio depois, não desprezou esse principio Cristo, adotou essa modelo: “O pão nosso de cada dia dá hoje” (Mt 6.11) “Portanto não andeis ansiosos” (Mt 6.24), Paulo segue o mesmo raciocínio usando a palavra “contentamento” (Fp 4.10-13).

A razão ao longo dá história serviu de inibidora do homem de ir aos extremos, possibilitou o homem viver em sociedade. Nietsche chama de “vida em rebanho” o que exigiu o homem criar limites, para não ser extinto como os demais seres na existência.

O homem percebeu que precisava contrair os seus desejos, mesmo porque desejos na expansão atingiam a outros, principalmente os semelhantes a ele.

A necessidade de sobrevivência produz a redução como instinto preservador, daí surge a comunicação, tendo como mediador entre o homem e seus iguais a linguagem, a gramática. Essa vai nominar, vai limitar as ações, a comunicação possibilita a expressão dos desejos, ao mesmo tempo em que os limita.

A principio a linguagem não visava igualar os homens, mas apenas limitar a sua esfera de ação, como um freio, para que os seus desejos não os extinguissem; ou seja, a linguagem possibilita o homem se comunicar com os seus semelhantes, servindo de mapa para trilhar a existência, tendo limites para sua preservação, ao mesmo tempo em que vê na preservação do outro a sua própria.

A grande luta do homem na história é que a linguagem como expressão deveria apenas criar um mapa provisório, para se viver, isso porque a vida é devir (Mudança), o que “È” agora, já pode não ser daqui a alguns segundos.

O homem criou um mapa, mas teria que andar no caminho que é a vida, no entanto ao criar o mapa, ele optou por andar nele. O mapa serve como orientador, não é caminho. Ao tentar andar pelo mapa ele se perde no caminho, pois o mapa é estático o caminho tem relevos, buracos, imprevistos...

Um comentário:

  1. Caro J. Lima


    Enxuto e gostoso de ler esse seu ensaio, e fez-me lembrar do meu tempo de formando em Medicina.

    Sentia-me um "hábil cirurgião" no manejar dos atlas de cirurgia. Só quando saí para o campo de trabalho, foi que vi que a teoria na prática é outra coisa muito diferente.
    É que estava acostumado com os mapas, e fui surpreendido pelos imprevistos do caminho que o atlas não mostrava. (rsss)

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