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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Transformando as Adversidades em Crescimento

Texto: 2 Timóteo 4.9-18
Continua... Parte II
Na Vida você Precisará Expressar os seus Sentimentos, seja Autêntico [2 Tm 4.14].

Como lidar com o sentimento de ser magoado, profundamente por pessoas que nos ferem? Quem pode dizer que não se sente atingido, quando ferido por pessoas que não tem sensibilidade? A fala do apóstolo demonstra que ele tinha uma ferida emocional muito profunda. O que fazer? Ocultar os sentimentos, dizer que tudo está bem, quando na realidade há uma luta interior entre: “o dever de perdoar, e o desejo de vingar-se”?

O apóstolo Paulo demonstra sua humanidade, não oculta a frustração quando diz: “Alexandre o latoeiro causou-me muitos males, o Senhor lhe dará a paga segundo as suas obras” [2 Tm 4.14].

Devemos ter sentimentos de misericórdia com as pessoas que nos ferem, no entanto normalmente falamos que essa, venha colher o que plantou. Achando que se quiséssemos isso, estaríamos sendo maldosos, ou até mesmo, justiceiros. No entanto, esquecemos que a fala, nem sempre revela o sentimento de quem fala. Descobre-se o sentimento através da fala, mas pela mesma fala, podemos camuflar os sentimentos!

A transparência é o antídoto para a hipocrisia. Paulo não esconde que o seu desejo era o cumprimento da lei da semeadura naqueles que lhe causaram muitos males. Não era um sentimento de vingança, mas um sentimento de Justiça. A vingança é um sentimento que visa somente satisfazer o desejo que o outro sofra retaliação; a justiça é o sentimento que através da colheita, aquele que feriu venha sentir a dor que fez o outro sentir, só assim ele poderá ter sensibilidade para interromper o ciclo de destruição que causa em outros.

Muitas vezes, queremos nos encher de misericórdia para com as pessoas que nos ofende, e esse é o real-ideal, mas, no nosso interior essa é a fantasia-irreal, pois o que queremos, no íntimo do nosso ser, é que a pessoa também sofra o que nos fizeram sofrer, sendo o sofrimento de outrem o objetivo final.

Isso é ruim, mas querer justiça não significa ausência de misericórdia, desde que essa justiça tenha como desejo, o fim último de: “Trazer a pessoa à consciência do mal que fez”. A justiça fornece a possibilidade da pessoa ver a realidade, a dimensão dos seus atos, e se redimir com quem ofendeu, além de encerrar o ciclo de maldade, que se estende por onde passa.

Qual o sentimento que dominava Paulo nesse momento? Justiça como retorno dos atos que ele sofreu? Pode ser, mas ele expressou os seus sentimentos, ao mesmo tempo em que isso serviu como terapia, pois há momentos que a realidade vem à tona, e nesses podemos transformar as adversidades em crescimento. Podemos escolher entre ocultar ou revelar os nossos sentimentos, mas somente ao revelar, é que nos tornaremos autênticos. Revelamos nossas fragilidades e encontramos a graça restauradora de Deus.

Na Vida você Poderá Ajudar muitas Pessoas, mas nem Sempre Poderá ser Ajudado por Elas [2 Tm 4.16].

Existe um princípio nas relações humanas denominada “retorno”. Nossas ações em prol de outrem consciente ou inconsciente têm sempre uma expectativa de retorno. E quando isso não acontece, entramos em crise.

O apóstolo Paulo ajudou muitas pessoas durante a sua vida, certamente não imaginava que ficaria sozinho. Ele expressa a sua frustração: “na minha primeira defesa ninguém foi a meu favor; antes, todos me abandonaram. Que isto não lhes seja posto em contas” [2 Tm 4.16].

A frase “ninguém foi a meu favor, antes todos me abandonaram”, revela que no íntimo, Paulo foi ferido no senso de “gratidão”. O abandono de pessoas que tinham o “dever” de auxiliá-lo, inclusive nos momentos que mais precisava , causou-lhe uma frustração, que para muitos se torna insuportável. Não são poucas as pessoas que entram em depressão profunda ao vivenciar fatos como esse relatado por Paulo. Há pessoas que criam um mundo paralelo, como meio de fuga, entram em “Crise” nas áreas das emoções como efeito dessas decepções.

Quanto maior a doação com que nos entregamos às pessoas, maior será a dor do abandono; quanto maior a fidelidade que devotamos, maior será a profundidade da ferida. A cicatriz deixada por quem age com in-fidelidade, é a “má” – temática da vida, quanto maior o envolvimento emocional, maior será a dimensão da dor da separação!

Dificilmente temos a capacidade de ter consciência de que ninguém será capaz de estar conosco, em todos os momentos das nossas vidas. Toda doação tem implícita o interesse de retorno. Quando gastamos tempo com as pessoas, inconscientemente quando precisarmos de companhia nos achamos no direito de: “Ter de volta o tempo que gastamos”. É o mínimo que esperamos, mas as pessoas nem sempre podem retribuir esse mínimo, então entramos em crise.

Mais uma vez Paulo mostra a fragilidade na sua humanidade, não esconde que esperava o mínimo de afeto como retribuição. Porém, ele aprende, que na vida ajudar as pessoas não é garantia que terá ajuda dessas no momento em que precisar!

Na Vida você Poderá contar com o Auxilio de Algumas pessoas por alguns Momentos, mas Poderá contar com o auxilio de Deus em Todos os Momentos [2 Tm 4.17-18]

A dimensão do ser humano é “Física-metafísica”, ou seja, não somos somente corpo, temos uma dimensão ulterior “consciência”. Podemos nos sentir sozinhos se tivermos ao nosso lado uma multidão de pessoas, se não tivermos a dimensão da causa primária, Deus que dá sentido a essa existência. Mas Deus só pode ser sentido e manifesta no “outro” para a realização do “eu”. Somente no outro há complemento para o “eu”, mas haverá momentos que por circunstâncias adversas, não poderemos ter a companhia do “outro”.

Nesse momento de extrema carência, experimentamos num grau muito maior a presença de Deus, uma sensação inexplicável. Às vezes, é quase imperceptível essa presença quando estamos acompanhados por outros, mas perceptível, quando nos sentimos abandonados.

O apóstolo Paulo experimentou essa realidade quando desabafou a sua frustração causada pela ausência das pessoas que foram beneficiadas pela sua vida, e agora no final deixaram-no sozinho: “Mas o Senhor me assistiu e me revestiu de forças... O Senhor me livrará também” [2 Tm 4.17-18].

A fé alcança dimensões altas quando as circunstâncias nos deixam totalmente limitados na nossa esfera de ação. Quando vemos os nossos limites se exaurem, voltamo-nos para a única dimensão que realmente vai nos confortar, somente depois de dizer: “Na minha primeira defesa ninguém foi a meu favor” [2 Tm 4.16]. A fé nos faz ter uma companhia que é inexistente para quem não crê, mas se materializa na dimensão de quem crê.

Paulo chegou ao seu limite, já não esperava mais companhia de alguém que viesse consolá-lo. Esse é o momento em que não temos opção, a não ser dependurar na fé, na firme convicção de que podemos contar com muitas pessoas em muitos momentos. Mas, somente com uma pessoa podemos contar em todos os momentos, é essa pessoa é Jesus. Ele esteve presente pelo Espírito na vida de Paulo, e estará na vida de todo aquele que crê.

3 comentários:

  1. Olá José!

    Gostei demais de seu blog e já o estou seguindo. Você é daqueles que não se contentam com uma leitura superficial das Escrituras. Também jogo no mesmo time. rs

    Aproveito para lhe convidar a conhecer meu blog, e se desejar também segui-lo, será uma honra. Seus comentários serão sempre bem-vindos lá.

    www.hermesfernandes.blogspot.com

    Aparece lá!

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  2. Hermes obrigado.
    Grato pela sua visita.
    Já passei pelo seu blog e certamente estarei seguindo ok?
    Abraço.

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  3. Muito bom você continua abençoado por Deus e abençoando minha vida
    Pr. Sandro Domingos
    19 92924505
    19 36411804
    nazarenovargemgrandedosul.blogspot.com

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